O objetivo deste artigo é apresentar reflexões da investigação realizada sobre as práticas sociodiscursivas acerca da educação corporativa em livros usados como referências no campo acadêmico brasileiro, visando identificar convergências, divergências e a formação de ordens de discursos que regem este fenômeno no agir da prática literária acadêmica. É uma pesquisa orientada à luz da lente teórico-metodológica da Análise Crítica do Discurso. É relevante para reflexão de sua utilização como instrumento ideológico e de poder social do campo educacional. O corpus de dados da pesquisa é construído por textos de 07 livros. Como resultados principais identificamos 05 ordens de discurso: (1) a linguagem ao estilo de discurso empresarial, construída por pressuposições, eufemismos e metáforas; (2) a centralidade do conceito de educação corporativa como estratégia e vantagem competitiva organizacional; (3) a exemplaridade dos modelos de universidades corporativas como inovação de sistema educacional; (4) a desqualificação da educação acadêmica e das instituições de ensino superior como justificativa ao domínio dos princípios da educação corporativa; e, (5) o consenso acerca da necessidade de parcerias entre universidade-empresa.
Palabras clave: Educação corporativa; Livros; Campo acadêmico brasileiro; Análise crítica do discurso.
Abstract
The purpose of this article is to present reflections on the research on sociodiscursive practices regarding corporate education in books used as references in the Brazilian academic field, aiming to identify convergences, divergences and the formation of discourse orders that rules this phenomenon in the practical action of the academic literary. It is a research guided in the context of the theoretical-methodological lens of Critical Discourse Analysis. It is meaningful to reflect on its use as an ideological and social power instrument in the educational field. The research data corpus is develped in texts from 07 books. As main results we identified 05 discourse orders: (1) the business-style language, built on assumptions, euphemisms and metaphors; (2) the centrality of the concept of corporate education as a strategy and organizational competitive advantage; (3) the corporate university as the main model and as an innovation of the educational system; (4) the discourse of disqualifying academic education and higher education institutions; and, (5) consensus on the need for university-business partnerships.