31 de Marzo de 2019
Mulheres Públicas: Poder, Representações Semióticas e Gênero
- Carmen Rosa Caldas-Coulthard
Mulheres Públicas: Poder, Representações Semióticas e Gênero
- Public Women: Power, Semiotic Representations and Gender
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Discurso & Sociedad, 2019 13(1):29-50
Resumen
Noções de poder em sociedade são inseparáveis das questões de gênero e sexualidade. Apesar de ter havido um grande avanço social em relação a mulheres contemporâneas em posições de poder, sua representação em discursos públicos ainda é problemática, pois os recursos semióticos usados nesses discursos tendem a categorizar estas profissionais de acordo com discursos míticos que remetem a maternidade, a beleza e a juventude. Este trabalho discute a maneira pela quais as mulheres profissionais em posição de poder são descritas e categorizadas em narrativas mediáticas, especialmente no contexto brasileiro. Ao analisar o discurso jornalístico, o foco principal da pesquisa detém-se na importância da linguagem em produzir asserções epistemológicas sobre mulheres e feminilidade. Pretende demonstrar como a identidade de mulheres profissionais é construída através de categorias discursivas que as identificam não somente pelo que fazem e pelo que são, mas principalmente por sua aparência física. As conclusões apontam para o fato de que textos e imagens produzem efeitos avaliativos negativos que influenciam atitudes e interpretações sociais em relação a mulheres poderosas. Apontam ainda para as maneiras que ideologias sexistas são materializadas em recursos semióticos que produzem estereótipos inaceitáveis em relação a mulheres em posição de poder. Os resultados poderão inspirar um maior escrutínio de conteúdos mediáticos resultando numa crítica mais informada e transformadora.
Palabras clave: Poder, representações semióticas, relações de gênero e o contexto brasileiro.
Abstract
Notions of power in society are inseparable from questions of gender and sexuality. Although there have been improvements in relation to the ways women in positions of power are described in post-modernist societies, their representation in media discourses is still very dismissive. The semiotic resources used to membership them tend to rely on mythical discourses of motherhood, domesticity, beauty and youth and not on the functional roles they perform. This paper discusses how women in positions of power are described and categorized in media narratives, especially in the Brazilian context. By engaging with the journalist discourse, the focus is on the importance of language in generating epistemological claims about women and femininity. It also demonstrates how female professionals emerge as gendered subjects and how their identity is construed not according to what their function in the work force is, but mainly through their domestic roles and their physical appearance. The conclusion points to the ways sexist ideologies are materialized in semiotic resources which produce unacceptable stereotypes in relation to women in power. Hopefully, the findings will inspire closer scrutiny of the media content, leading to its informed critique and transformation.
Keywords: Power, semiotic representation, gender relations and the Brazilian context