Revista interdisciplinaria de Internet

30 de Septiembre de 2018

Considerações sobre o sintagma “lugar de fala”: um operador de vozes empoderadas?

Luciana Salazar Salgado & Márcio Antônio Gatti

Considerações sobre o sintagma “lugar de fala”: um operador de vozes empoderadas?

Considerations about the phrase "speech place": an operator of empowered voices?


Discurso & Sociedad, 2018 12(3):565-580

Resumen


Neste artigo, examinamos alguns aspectos da circulação da expressão “lugar de fala”, valendo-nos da noção de fórmula discursiva proposta por Krieg-Planque (2010) para o estudo de sintagmas cristalizados cujos percursos no espaço público permitem acompanhar um debate. Com base nisso, a própria noção de espaço público põe problemas interessantes: em tempos de fragmentação e dispersão na comunicação social, em que arenas se dão os embates, em que lugares se tecem os debates? Acompanhando uma certa tradição nas ciências sociais, consideramos o texto “Pode o subalterno falar?”, de Gayatri Spivakvc como documento fundador, na medida em que registra a expressão “lugar de fala” como centro de um pensamento político com dimensões teórica e prática. Os dados colhidos mostram que “lugar de fala” assume traços semânticos de empoderamento de vozes periféricas (ou de minorias), mas também, em certos usos, assume traços de um poder que inibe ou interdita vozes outras.

Palabras clave: lugar de fala, fórmula discursiva, memória discursiva


Abstract


We examine here aspects of the expression "place of speech", based on the notion of discursive formula proposed by Krieg-Planque (2010) to study fixed expressions whose paths in the public space allow to pursuit a debate. The very notion of public space poses interesting problems: in times of fragmentation and dispersion, in which arenas do we debate? Following a certain tradition in the social sciences, we consider the text "Can the subaltern speak?", by Gayatri Spivakvc, as a founding document, once it registers the expression "place of speech" as the center of a political thought with both theoretical and practical dimensions. The data show that "place of speech" assumes semantic traits of empowerment of peripheral (or minority) voices, but also, in some cases, traits of a established power that restrains or impedes other voices.

Keywords: place of speech, discursive formula, discursive memory